Olá, pessoal! Tudo bem com vocês? Voltei! \o/ Espero que gostem, pois trarei várias postagens sobre o processo de escrita, inspiração e o temido bloqueio criativo, além de dar algumas dicas para os jovens escritores. O que direi aqui é baseado na minha experiência como escritora desde 2010, mas fiquem à vontade para comentar e deixarem suas opiniões. Como autores, devemos estar abertos à críticas e a novos aprendizados. O que acham de se aventurar comigo? ;)
Bom, a maioria de vocês provavelmente já tentou escrever um livro um dia, certo? Já ouvi de muitas pessoas: “Nossa! Como você conseguiu? Sempre quis escrever, até começava as histórias, mas nunca terminei!”. Acho que também se deve pelo fato de eu ter me formado em Letras – Inglês e estive rodeada de leitores e aspirantes a escritores. Então como consegui concluir mais de dez livros em poucos anos?
Foi aí que decidi: quero ser escritora! No começo, seria apenas um hobby, escreveria livros para me divertir. Aos poucos, contudo, descobri que não estava satisfeita com a ideia. Queria ser uma escritora por completo! Então escrevi, escrevi e escrevi mais um pouco. Foram muitas histórias que mal passavam de alguns capítulos até que coloquei em minha mente: “Você precisa terminar um livro, caramba!!”. O problema era que eu desanimava no meio do caminho. Ou os personagens não me agradavam ou a história parecia muito boba. No fim, as páginas escritas com tanto afinco e suor acabavam indo para o lixo e eu esquecia o que criara (não façam isso, pelo amor de Deus!).
Contudo, coloquei na minha mente que terminaria o meu primeiro livro e foi o que aconteceu. Eu queria mais. Quando uma história que considerava boa aparecia na minha cabeça recém-formada, precisava escrever! Naquele momento, mais do que nunca, minha fome insaciável pela leitura foi crucial: aprendera novas palavras, nossas formas de se formar uma sentença, tudo! Ou seja, quer escrever? Então LEIA. Leia muito.
Em 2010 tive as ideias da saga Instituição para Jovens Prodígios e comecei a trabalhar nelas, o que acabou se tornando uma experiência totalmente nova e inusitada. Até aquele momento, todas as minhas histórias tinham sido basicamente as mesmas: a garota se apaixona pelo rapaz, o rapaz se apaixona pela garota, então acontece alguma coisa para prejudicar o amor deles e eles precisam lutar para ficarem juntos. Foi quando pensei em Harry Potter e me perguntei: como J. K. Rowling conseguiu? O que ela fez? O que todos esses autores incríveis fazem?! E, caramba, é difícil! O sonho maluco que tive e que me deu a primeira ideia para a série não era suficiente, ainda faltava muito... Quem vai ser meu personagem principal? Mora aonde? O que vai acontecer? Serão três livros? O que devo abordar?
Foi mais de um ano até que eu conseguisse finalmente pensar em tudo (pelo menos nos acontecimentos gerais, já que o resto, no decorrer da escrita, acabou se modificando). Outros personagens também foram surgindo... Precisava criar seus nomes, suas personalidades: são chatos? Metidos? Inteligentes? Era necessário definir suas características físicas (a pior parte para mim!). E quanto à ação? Como cada capítulo se juntará? Normalmente escrevo e quando acho que está bom, termino o capítulo, mas cada autor faz de uma forma. O importante é sempre deixar um mistério no ar, assim os leitores não vão querer parar de ler. Além disso, programo o que colocarei nos livros e anoto tudo, tudinho mesmo. Contudo, para escrever não é possível seguir nenhuma receita, então às vezes as ideias surgem do nada e quando menos esperamos: no ônibus encarando a paisagem, em casa assistindo a um filme, ou mesmo na sala de aula... Aquela ideia essencial muitas vezes simplesmente surge. A mente de um escritor é peculiar...
E, é claro, existe uma coisinha básica chamada inspiração. Acredito que essa é uma parte crucial para a escrita, mas não adianta esperá-la aparecer e ficar sentado com os braços cruzados. Ela não vai fazer uma visita do nada a menos que você esteja procurando-a incessantemente. Você acha que a ideia maravilhosa que tive no ônibus apareceu por pura e espontânea vontade? Não, ela apareceu porque naquele momento pensava no meu livro e considerava muitas opções, visualizava cenas e desfechos. O que fazer? Posso me utilizar disso? Seria interessante fazer isso com o personagem? O que posso acrescentar?
No entanto, para que minha cabeça funcione, preciso de concentração. Não adianta tentar escrever quando estou pensando em milhões de coisas que devo fazer. É claro que varia de escritor para escritor – tal como a inspiração – mas não funciono bem tendo outras coisas para fazer ou com muito barulho em volta. Então, como uma adulta cheia de responsabilidades consegue escrever? Bom, esse é o grande desafio. Não posso viver da escrita ainda e trabalho em um emprego de tradução para me sustentar. Às vezes minha cabeça está tão cheia que só consigo pensar em deitar e dormir...
Ou seja, não é nada fácil, como vocês puderam perceber. Mas não pensem que escrever só tem seus lados ruins! Pelo contrário, é tão prazeroso que me assusto quando me divirto com a minha própria obra. Às vezes fico rindo como uma boba e pensando: “Nossa! Como eu consegui pensar nisso? É tão legal!”. Muitas pessoas já disseram: “Não parece que foi você que escreveu!” (e nunca sei se aceito como elogio ou ofensa hahaha).
Por isso se você gosta de ler e escrever, não desanime. Leia. Escreva. Termine sua obra. Aceite as críticas. Aprenda aos poucos. Não ache que você saberá tudo de primeira! Não acredite que porque não deu certo uma vez, não dará outras. Tudo são tentativas e experiências valiosas que você levará consigo para sempre. Você acha que eu teria continuado caso não tivesse terminado meu primeiro livro? Ninguém sabe! Não viva com "se" ou "caso". Faça acontecer! Todos nós temos este potencial!
Abraços a todos e peço desculpas pelo post gigante. Sintam-se a vontade para perguntarem o que desejarem ou comentarem suas próprias experiências. Ficarei feliz em conhecê-las *-* Em breve voltarei.
Abraços,
L. L. Alves
* Todos os posts desta coluna escritos pela escritora L. L. Alves foram retirados e editados do blog Instituição para Jovens Prodígios administrado pela mesma. Proibido copiar, reproduzir ou distribuir este material sem o consentimento por escrito da autora *