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Resenha nacional - Distopia Kate Willians

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Resenha nacional



Distopia- Kate Willians

Título Original: Distopia.
Autora: Kate Willians.
Editora: Literata - Grupo Editorial Arwen.
Ano: 2015.
Formato: eBook.
Gênero: Ficção, Distopia, Romance, Young Adult.



Sinopse: Em uma sociedade governada por militantes, com um sistema incorruptível, as crianças são isoladas no regimento militar aos sete anos de idade e treinadas para serem soldados. Lá, eles aprendem da forma mais cruel a atirar e a matar, perdendo muito cedo a sua inocência. Depois da Grande Guerra, o mundo passou a ser dividido entre governantes e governados e cada um tem as suas dores, suas mágoas e limitações. E o que nos resta saber é: de qual lado você está? Porque no final das contas, não estamos vestidos para lutar... Assim como nunca estaremos vestidos para morrer...





Autora: Kate Willians tem 20 anos e o seu maior sonho, é encantar as pessoas com suas palavras. A literatura a salvou, e espera um dia conseguir usar a mesma fonte para salvar outras pessoas também. Espera fazer com que os jovens acreditem que sim, os livros são a melhor e maior ponte entre a fantasia e a realidade. É extremamente apaixonada pelo que faz e adora passar o tempo livre com a família e o namorado!




                                                              Resenha:

     Por: Jenny Martins A.K.A NerdSofanatica.


Sinto que preciso começar essa resenha dizendo que eu AMO distopias, e que foi exatamente esse amor que me levou a ler o mundo Distópico de Kate Willians. Quando a editora Arwen AI MEU DEUS! EU TO RESENHANDO UM ARWEN!!! anunciou que lançaria um livro cujo nome DISTOPIA vinha gravado na capa (que por sinal é sensacional) eu logo me animei. Uma distopia totalmente nacional soa como musica para os meus ouvidos desesperados rsrs. O PDF foi cedido pela editora em parceria com o Clube há alguns meses, então já faz um tempinho que eu o tenho totalmente disponível para leitura em meus aparelhos.

Atenção! O texto abaixo pode conter spoilers.

Tentei não dar muitos spoillers, mas, vocês sabem, sempre passa alguma coisinha hehe.


Assim como em toda distopia, o mundo criado por Kate retrata um cenário caótico, onde as pessoas não possuem mais o direito de decidir por si só, e isso fica bem implícito na frase que estampa a capa. Alias, essa frase é responsável por me deixar maluca de ansiedade rsrs.



“Não estamos vestidos para lutar... Assim como nunca estaremos vestidos para morrer”.




Distopia: 

Uma narrativa que cerca dramas adolescentes e temas complexos.


Kate Willians conseguiu reunir vários temas complexos num único contexto pós-apocalíptico. Tópicos como desigualdade social, manipulação, autoritarismo e revoluções passavam a fazer parte do vocabulário de um grupo de jovens que mal tiveram tempo para programar suas próprias vidas.

Confesso que o começo do livro não me animou como eu esperava, mas com o decorrer das paginas eu percebi que mesmo sem “essa animação”eu não conseguia parar de ler rs. São tantos temas polêmicos abordados na história que se tornou impossível para eu parar de ler antes de saber tudo o que vinha a seguir.

“Mulheres do futuro”.


O livro se passa no futuro, em 2064, mas o tabu de que as mulheres foram criadas para servir a sociedade como simples donas de casa, sem direito á decisão ou opinião, se mantém. Laura é a protagonista que carrega esse “peso” de ser a mulher da família. Embora um pouco mimada e às vezes irritante, a personagem conseguiu me conquistar. Levando em consideração que o mundo de hoje em dia já é uma me**da, da para ter uma noção do que ele virou em 2064, onde tudo mudou, e não foi exatamente para melhor. 
"Os soldados logo irão bater à porta e não me sinto preparada. Por mais que encare meu reflexo no espelho, não consigo me enxergar. Desde criança, ensinaram-me o valor da honestidade, gratidão e nobreza, porém, quanto mais os anos passam, mais vejo que, por trás de todas aquelas palavras amigáveis, o que eles realmente queriam era que eu fosse criada para me calar”.

Laura Pagina 13


Quando eu comecei a leitura do Distopia tinha em mente que a protagonista seria uma “Katniss da vida”, destemida,valente,corajosa, disposta a lutar por tudo aquilo que acredita sem medir as consequências de tal ato. As semelhanças são muitas, mas o que diferencia as protagonistas é o fato de que a Laura ainda é uma criança, presa numa fortaleza cheia de regras rígidas que a impede de ser e de lutar por tudo aquilo que deseja.

Voltando ao ponto de que a protagonista é um tanto quanto irritante e cheia de manias. 

Laura é a típica filha do poderoso chefão rs, neste caso, Coronel do norte. Ela foi criada num mundo cheio de fartura, roupas boas, educação de qualidade e muito mimo. Acho que esse é o ponto forte na história da personagem, embora seja muito clichê, é incrível ver que tudo que ela tem não a faz agir como uma patricinha mimada, que só pensa em si mesma. Pelo contrario isso a faz ter ânsia de conquistar direitos iguais para todos. Ta aí, mais uma semelhança com a Katniss. Protagonistas fortes pensam nos outros, antes de pensarem em si mesmos.


“– Posso ser um deles por fora, mas meu coração, não pertence a nenhum dos lados. Meu coração pertence à ideia de um mundo em que as leis são as mesmas para todos. A um mundo sem esse muro, sem essa divisão.”

Laura

Governantes VS Governados.


“Novos padrões de convivência foram restabelecidos após a Grande Guerra ter devastado o planeta. Os países, estados e cidades foram quase que inteiramente dizimados. Os sobreviventes encontraram um novo meio de restaurar sua sociedade; dividir as pessoas com base na sua classe social. Os Governados e os Governantes. Num mundo onde o poderio militar dita as regras, será necessário muito mais do que um exército para impedir que os dois mundos eclodam”.

Imagine voltar à época da ditadura militar e ser forçado a viver sob as leis dos generais, neste caso, Governantes, estes que possuem total poder de decisão sobre a sua vida, seu trabalho e seus filhos. Imagine que você pertence a uma classe media baixa, que terá que viver do lado de fora de um grande muro, que foi construído para separar as pessoas com dinheiro (governantes), das pessoas como você, ou seja, os pobres e oprimidos (governados). Esse é o cenário onde se desenrola toda a história do livro Distopia. O mundo esta dividido entre Governantes e Governados.

Governantes: vivem do lado de dentro do muro.
Governados: Vivem do lado de fora.
Governantes: Tem fartura num mundo avesso a escassez.
Governados: Vivem na escassez de um mundo totalmente cinza.


O livro é dividido em duas partes Um e Dois com narração em terceira pessoa. E conta com interlúdios que narram à infância dos personagens.


“Do lado de fora, todas as casas são cinza, as pessoas se vestem de acordo com a profissão que escolheram exercer e recebem a mesma quantia de dinheiro, independentemente de qualquer coisa. Nós também temos o direito de crescer na companhia de nossos pais. Lá fora, aos sete anos, eles são obrigados a se alistar ao Regimento, crescendo segundo as regras que o coronel criou e treinados nas mais diversas áreas. Aos vinte anos, todos têm que fazer uma escolha. Diria até que “a escolha de suas vidas”. Eles precisam optar por uma das seis profissões que devem ser seguidas até o f m de seus dias, vivendo do lado de fora do muro, ou podem se tornar um soldado do Norte, receber um salário melhor e escolher viver em um dos dois lados. Claro que isso é só de- pois de completar, no mínimo, vinte anos de serviços prestados”.

A parte que mais me agradou no livro Distopia foi à divisão que a autora fez, tanto nos capítulos, quanto nos grupos que dividem a sociedade.
Os Governantes e os Governados possuem realidades totalmente diferentes, mas isso não impede a colisão de seus mundos, que se da através dos personagens Laura e Thiago.



Thiago é um governado que sonha com um mundo melhor, Laura é uma governante que sonha com um mundo igualitário.
Não pude deixar de pensar em Romeu e Julieta enquanto lia Distopia, aqui as famílias não são só rivais com sobrenomes fortes, mas sim pessoas de classes totalmente inversas. Com mundos opostos, realidades opostas, com dores e sofrimentos diferentes.
Imagino que a carga emocional utilizada pela autora para narrar os fatos foi grande. Algumas vezes eu senti raiva, outras compaixão, tive medo, receio, e, por incrível que pareça, também tive vontade de sorrir.
 Os personagens Laura e Thiago são bem desenvolvidos, mas foram os personagens secundários, os antagonistas, que me conquistaram. Alguns autores focam mais nos principais, e acabam deixando um grande vazio na narrativa, o que não acontece no livro Distopia, à autora conseguiu mesclar protagonistas e antagonistas, de uma forma que um não se manteria sem o outro, o que foi muito inteligente. Eu particularmente, sempre presto atenção nos personagens secundários, e adorei o destaque que ela deu para os dela.

Crianças ou soldados?



Ok, aqui esta o ponto alto do livro, na minha humilde opinião, a melhor coisa que já foi feita num livro nacional. Abordar o trabalho infantil sem sutileza. Foi neste ponto que eu tive certeza que precisava continuar a leitura, porque eu ainda não tinha lido nada parecido, se já, não foi tão impactante quanto em Distopia. Eu não conseguiria imaginar um mundo, onde crianças de sete anos seriam retiradas de suas casas, afastadas de seus pais e forçadas a se transformar em soldados. Kate, a você, meus singelos parabéns. Você conseguiu construir algo que me colocou para pensar durante dias.  E, eu inda estou pensando:

Será que o mundo no qual vivemos agora, pode vir a se transformar no mundo que você criou? E se eu fosse uma das mães do seu livro? Será que eu conseguiria aguentar o baque de perder um filho para os militares? Porque eu tenho que viver do lado de fora de um muro que me privara de todos os momentos da vida do meu filho? E Por que diabos eu daria a luz a uma criança que seria forçada a virar aquilo que nem em sonho eu teria desejado para ele?  
Como vocês viram ha muito em que se pensar quando o assunto é A Distopia de Kate Willians. Eu ainda não tenho o físico, mas pretendo adquirir em breve. Lembrando que o Distopia é o primeiro livro de uma duologia.Você pode adquiri-lo  clicando no link da Editora Arwen,  disponível logo abaixo.


PS:Como eu li o livro em ebook não estou apta a julgar a diagramação, mas o desenho da capa me agradou demais. Eu já sou uma fã assumida das capas produzidas pela editora Arwen, mas preciso dizer, o trabalho feito com o livro da Kate ficou sensacional. Varias joinhas para os capistas da Arwen hhehe.


Minha opinião como leitora:





PS1-Eu sou fã de romance, mas quando o assunto é distopia eu prefiro ler algo que foque mais na ação, deixando um pouco do romantismo de lado. Em Distopia a autora conseguiu dosar muito bem os dois lados, o que foi ótimo pra mim. A leitura não ficou chata em nenhum momento.

PS2-Embora eu tenha me esquecido de citar, achei interessante à divisão que a autora fez ao dividir o mundo em: Norte, Sul, Leste, Oeste. As casas serem todas iguais, e os números usados como “sobrenomes” também me agradou bastante.
*As profissões permanentes me lembraram a Distopia de Veronica Roth (que eu adoro por sinal) Se os mundos colidissem Laura e Thiago seriam divergentes sem sombra de duvida rsrsrs

PS3- Eu gostei do livro no geral, mas o final me desagradou, o que é justificável, já que Distopia é o primeiro de uma duologia. Estou esperando ansiosa pelo segundo, viu Editora Arwen hehehe.


 

Bom é isso, espero que você tenha gostado da resenha, tentei não entregar muito da história, me atendo às coisas que mais me chamaram a atenção no livro, e claro, tentei não acabar com a graça quando você for ler.
A resenha é mais um relato pessoal mesmo rs,se você quiser saber mais do mundo fantástico criado pela Kate você pode adquirir o livro físico no link  abaixo. Espero que eu tenha conseguido captar/ transmitir ao menos um pouquinho da mensagem que a autora quis passar com o Distopia.


Fiquem atentos que a Nerd pode voltar com algumas perguntas respondidas pela Kate Willians em breve.
Beijos Sofanaticos para todos, e até a próxima.


Resenhar um livro é muito bom, mas resenhar um Arwen, fala sério, é bom demais.



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