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[Resenha Nacional Lágrimas de Outono - Amanda Bonatti

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Olá, leitor querido!
Hoje, vou falar sobre o livro ”Lágrimas de Outono”, da autora e poetisa Amanda Bonatti, membro e autora parceira do nosso blog. O livro foi publicado pela Editora Arwen, com o Selo Editorial Regeneração.
”Lágrimas de Outono” foi classificado no gênero Romance Espírita, mas, na verdade, acredito que a mensagem do livro é a do aprendizado e/ou fortalecimento do principal fundamento de qualquer religião: a confiança em Deus e nos planos que Ele tem para nossa vida. No livro a autora narra a emocionante história de Isabel, uma doce e sensível menina que, aos oito anos de idade, passou pela pior “Estação” de sua vida. É uma história de amor, perdas, dor, amadurecimento, fé e superação.
Vamos conhecer Isabel e suas viagens pelas estações da vida?
“Quando o outono se aproximava, eu sentia que era chegada a hora de me deixar cair, assim como as folhas e flores do quintal. Para elas tudo parece ser calmo. Um dia simplesmente caem, numa dança girante pelo ar e deitam-se na grama, repousando, sem dor.”

Lágrimas de Outono
(Amanda Bonatti)


Título: Lágrimas de Outono
Autor: Amanda Bonatti
Gênero: Romance Espírita
Ano: 2015

Idioma: Português

Páginas: 286

ISBN: 978-85-68255-65-0

Acabamento: Brochura

Editora: Arwen


 Adquira o livro clicando na imagem abaixo:  
ou entre em contato com a autora.



Antes de tudo, preciso falar que fui “leitora beta” e ajudei na revisão desta obra. Fui “leitora beta” e também participei da revisão de seu outro sucesso “SOS Mamãe de Primeira Viagem”, alem de já ter lido “Ah! Mar Itajaí”, um livro de poesias escrito, também, pela Amandinha. Então, para mim, é muito prazeroso falar sobre Amanda Bonatti e sobre sua escrita. Para deixar os leitores confortáveis para a leitura, como o livro está classificado como “Romance/Espírita” e algumas pessoas podem não curtir esse gênero, posso garantir que o livro não é uma doutrinação, não faz apologias a dogmas religiosos, não requer conhecimento aprofundado e nem induz e/ou direciona o leitor ao espiritismo.
O livro em si não chega a ser um livro espírita, mas, sim, um drama/romance espírita, com uma pequena alusão ao espiritismo, mais precisamente ao dom ou a capacidade que algumas pessoas têm de manter contato com espíritos já desencarnados. O leitor percebe a espiritualidade de Isabel quando ela, apesar da pouca idade, demonstra ser muito espiritualizada e passa a ter “encontros” com sua mãe já falecida. Como já mencionei acima, a autora do livro, Amanda Bonatti, além de escritora é poetisa, então, o leitor pode esperar por um romance com uma linguagem extremamente poética e comovente.
A narração é feita em primeira pessoa por Isabel, permitindo que o leitor tome conhecimento, exatamente, sobre o que ela sente diante dos diferentes acontecimentos que ocorrem em sua vida. A autora emprega uma narrativa direta e superenvolvente, fazendo com que a leitura flua com facilidade e desperte no leitor a curiosidade e o interesse pelo desenvolvimento da trama.
A história acontece por volta da nostálgica década de 40, numa cidade do interior de Santa Catarina. A energia elétrica ainda não havia chegado à região e os lampiões e lamparinas faziam parte do cenário, nos transportando para o interior das casas onde as famílias se reuniam à mesa iluminadas pelas lamparinas e o apagar das lamparinas determinava, também, que era chegada a hora de todos se recolherem. É neste cenário que a autora nos apresenta Isabel, a caçula de sete filhos de Antônio e Elisa, dos quais três já eram adultos e não moravam mais na casa.
Isabel vivia uma infância feliz com os irmãos José, Carolina e Paulinho. Por ser a caçula, era muito apegada à mãe e estavam sempre juntas. Elisa nutria um amor especial pelo jardim e, todos os dias, mãe e filha cuidavam das plantas, árvores e flores, despertando, assim, o interesse e o amor de Isabel pelas plantas e pelo jardim. Mesmo muito pequena a menina já sabia o nome de quase todas as flores.  Seus animais de estimação eram formigas, lesmas e alguns insetos que encontrava no quintal. O centenário Carvalho era sua árvore favorita e nela seu pai construiu um balanço no qual sua mãe a impulsionava bem alto, até que ela pudesse imaginar que alcançava a lua e as estrelas. Gostava de todas as flores, mas era das Camélias brancas que mais gostava. Sua mãe a chamava carinhosamente de “jardineira”, por ser o jardim seu local preferido para brincar. Como podemos perceber, Isabel tinha a infância mais feliz que uma criança pode ter.  A vida de Isabel e de sua família era perfeita e feliz até que, em uma determinada noite, sua mãe morre repentinamente.
A partir desse trágico e triste acontecimento, Isabel viu sua vida virar de cabeça para baixo. A solidão, a tristeza e a dor passaram a ser suas companheiras diárias. A trama ganha uma carga emocional intensa, pois nos deparamos com todo o sofrimento e inconformismo de Isabel em conviver com a ausência da pessoa que ela mais amava na vida, além dos acontecimentos que sucederam a morte da mãe, como o ritual do luto, que, segundo os costumes da época, os familiares tinham de tingir todas as roupas (inclusive as íntimas) de preto, o que transformava a vida de todos sem cor, sem perspectivas de alegria e, vamos combinar, é muita dor e tristeza para qualquer um, principalmente para uma criança com tão pouca idade.
Outros acontecimentos contribuíram em muito com o sofrimento da menina, como a decisão tomada pelo pai de casar-se num curto espaço de tempo com Lúcia, sua colega de trabalho. Isabel além de julgar o prematuro e inesperado casamento do pai como uma traição a memória da mãe, teve a infelicidade de ganhar uma madrasta insensível, interesseira e cruel com os filhos mais novos (José e Isabel), além de ser desacreditada pela irmã Carolina e pelo pai quando resolveu contar-lhes sobre as maldades da madrasta. Isabel também sofre por ter uma acentuada espiritualidade, pois as pessoas mais próximas, principalmente seu pai e sua irmã, por não entenderem sobre esses mistérios, desacreditam de suas afirmativas de que sua mãe lhe fazia essas visitas, até que ela consegue uma prova irrefutável de que está falando a verdade.
Se a vida de Bel já era penosa e difícil, piora com o falecimento repentino de seu pai. É mais um trauma para a menina que se sente desamparada, solitária e inconformada com as perdas e sofrimentos pelos quais, em tão pouco espaço de tempo, teve que passar. São momentos muito difíceis. Momentos de muita dor, solidão, sensação de abandono, inconformismo e tristeza. Seu coração estava cheio de ressentimentos, mágoas e questionamentos sobre a sabedoria e a justiça de Deus. Devido a essa nova perda Isabel vai morar na capital com o irmão Beto e sua mulher, sendo bem recebida e bem tratada pela cunhada, passando então a sentir-se novamente vivendo no seio de uma família.


“O bom da vida é que sempre podemos contar com as boas surpresas que surgem  no meio do caminho.”


A história prossegue com uma passagem de tempo de 10anos. A menina cresce, torna-se uma jovem meiga e gentil, faz novos amigos, mas continua insegura e temerosa em relação a questões de afetividade, pois teme novas perdas e sofrimentos em sua vida. Isabel nutre o sonho de ter uma floricultura e, com a ajuda de sua melhor amiga e confidente Laura, sai em busca da realização de seu sonho. Num determinado dia, quando vai ao centro da cidade em busca de um ponto para sua floricultura, conhece Joaquim, um jovem português por quem seu coração disparou. Joaquim também se sentiu irremediavelmente atraído por ela. Apaixonam-se e iniciam o namoro. Após tantas perdas e sofrimento, Joaquim representa uma dose a mais de esperança, de felicidade para Isabel e descobrem que o amor não une apenas as pessoas, mas une, também, seus problemas, temores, questionamentos, sofrimentos e, acima de tudo, une ideais e alegrias.  Apesar de todas as expectativas e esperanças compartilhadas com Isabel, Joaquim mostra-se um tanto misterioso e esconde alguns segredos sobre sua vida, segredos esses, que podem interferir na felicidade do casal.  Isabel é perspicaz e descobre todos os mistérios que envolvem a vida de Joaquim e passa a enfrentar o dilema de revelar a Joaquim sobre sua descoberta ou aguardar o desenrolar natural dos fatos.
Caminhar ao lado de Joaquim era umas das sensações mais incríveis que eu podia experimentar. Havia magia quando nossos olhos se encontravam, quando nossas mãos se tocavam. Estarmos juntos parecia uma garantia de que nada nos atingiria, que não precisávamos nos preocupar com nada...”



Bem, pessoal, a história continua e Isabel ainda passará por algumas provações e adversidades e precisará por em prática sua fé em Deus e sua confiança nos planos que Ele tem para sua vida. Como Isabel conduzirá sua vida diante de tantas perdas e adversidades? Isabel conseguirá superar o medo de se afeiçoar a alguém para viver plenamente seu amor por Joaquim? Que segredos Joaquim oculta de todos? Para quem tiver interesse e curiosidade em ler o livro, a autora reservou um final com muitas lições de vida, muito aprendizado e muitas, muitas emoções.
A primeira coisa a falar sobre “Lágrimas de Outono” é: uma história apaixonante e enriquecedora!
“Lágrimas de Outono” é um livro cheio de surpresas, tragédias e segredos, permeado com mensagens de fé e espiritualidade. Amanda Bonatti é uma autora que tem uma facilidade muito grande de convencer e emocionar o leitor com sua escrita. Seja qual for o tema da trama que ela desenvolva, ela consegue trazer o leitor para o clima da história. É impressionante a sua capacidade descritiva tanto de sentimentos quanto dos cenários nos quais a trama acontece e com “Lágrimas de Outono” não foi diferente. É quase palpável os sentimentos e cenários descritos por ela. A riqueza de detalhes que ela forneceu ao relatar o aspecto e a aparência de um simples jardim fez com que eu me sentisse dentro do cenário, passeando no jardim de sua casa, subindo nas árvores, tocando nas flores, nas folhas caídas. A emoção que ela transmitiu ao narrar a inquietude e a dor da pequena Isabel durante o falecimento de seus pais me fez interromper a leitura por muitas vezes para que eu pudesse me recompor de tanta emoção e isso aconteceu no decorrer de toda a trama.
É incontestável que “Lágrimas de Outono” traz um enredo triste, entretanto, a autora não o transformou num daqueles famosos dramalhões mexicanos, pois todo o drama contido na história não é fantasioso, mas, sim, são situações totalmente possíveis de acontecer  na vida de qualquer um de nós ou na vida de alguém que conhecemos. É exatamente por essa probabilidade e pelos personagens terem características tão próximas de pessoas que conhecemos que torna a história tão real, sem contar com o fato de a autora afirmar que “Lágrimas de Outono” é a história da infância de sua avó, Cleide, então, maior veracidade, impossível!
Não posso deixar de falar sobre o esmero e bom gosto que a Editora Arwen dedicou ao livro. Com certeza, mesmo sem conhecer a história, compraria o livro só pela beleza da capa. A diagramação também é outro ponto de destaque. Cada capítulo é introduzido por bordas com flores estilizadas e citações de alguns espíritos de luz como Chico Xavier, André Luiz, Allan Kardec, Emmanuel, dentre outros. O tamanho da fonte, o espaçamento entre as linhas e as páginas amareladas dão total conforto e agilidade ao leitor.
Um livro com uma história tão comovente e enaltecedora, com uma escrita inteligente, poética, atual e convincente, aliadas a um excelente trabalho editorial, só poderia resultar num livro perfeito, completo, fascinante. Lágrimas de Outono é, sem dúvidas, um dos melhores livros que li nos últimos anos.
“- Estou tão cansada. Acho que meu coração também está. Não sei se poderei encontrar as respostas que preciso.- Tu vais. Amar pode curar, pode aliviar tua alma. Continue amando as pessoas e a vida, Bel. Acredite e confie no propósito que Deus tem para nós.”

Sobre a autora

Amanda Bonatti é Catarinense, Pedagoga e Licenciada em Letras. Apaixonada pelo mundo dos livros e das palavras, escreveu contos, poemas e em 2013 publicou seu primeiro livro “Ah! Mar Itajaí”, onde retrata as praias e belezas naturais da cidade onde nasceu. Em 2015 lançou seu segundo livro na Bienal Internacional do Livro/RJ, o romance "S.O.S Mamãe de primeira viagem” direcionado ao público feminino e que conta hoje com sua segunda edição.
“Sempre gostei muito de ler, mesmo antes dos tempos de escola. Lia o mundo antes de ler as palavras e ler o mundo é algo que transcende a uma simples leitura de códigos e símbolos. Mas quando conheci o mundo encantador dos livros e da poesia, me encantei por esse universo mágico e mergulhei fundo”.

                                                                                          
Bem, leitores queridos, garanto-lhes que, independente de credos e/ou religiões, quem ler “Lágrimas de Outono” concluirá que o lado tocante e enaltecedor do livro é o de produzir no leitor a certeza de que as perdas irreparáveis pelas quais Isabel passou não ficaram marcadas apenas por desespero e dor, pois a autora nos coloca em contato com personagens fortes, marcantes em crueldade e/ou generosidade e nos dá subsídios para entendermos os desígnios que Deus reserva para cada um de nós. É certo e notório que a menina passou por momentos muitos dolorosos, mas também foi permitido ao leitor acompanhar a evolução e o amadurecimento de Isabel, saber o que ela fez com todo o amor e ensinamentos transmitidos por sua mãe em vida e pós-morte e refletir sobre a mensagem principal do livro que é a de que é preciso entender que, mesmo diante das situações mais adversas, das perdas mais dolorosas e inevitáveis, é possível e necessário encontrar um novo rumo para a vida, sem perder a doçura, a crença no amor e em dias melhores, pois a vida, após esse conflito de realidades tem que ser uma mistura perfeita, na medida certa de fé, força e recomeços.



Li, amei e recomendo!

E então, pessoal? Já leram “Lágrimas de Outono” ou outro livro da autora? Gostaram da resenha? Deixe um comentário. Eu, o blog e a autora ficaremos felizes com seu comentário.
Beijos e até a próxima!

Créditos:
Texto: Vanda Costa
Diagramação: Vanda Costa
Fotos: Tiradas da Internet
Imagens: Tiradas da Internet





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